sábado, 7 de outubro de 2017

Ilha Pacífica



     Este lugar fica em algum ponto do Golfo de Nyxcilla. O maior paraíso de Ghara, onde não há doença ou morte. Praias brancas, campos verdes, sol quente, pássaros afinados, água fresca, sombra gelada, frutas doces. Um lugar onde preocupações são minímas, levianas, simples: o que comer no almoço, quem chama por mim?  As bocas alheias dizem que "é fácil chegar, mas quem tem vontade de partir?"

     Da montanha central, cinco nascentes que jorram vinho, cerveja, mel, leite e água. De alcovas, raparigas chamam com o seu canto. De fogueiras quentes mas nunca desagradáveis, moços convidativos tocam e dançam. Amores ao dia, paixões à noite. Satisfação de gostos e apetites, vontades e impulsos.

     É possível ir e vir livremente, e é possível ficar. Porém aqueles que ficam deixam de ser quem eram, tornam-se sílfides, servos divinos de Melúcia, presos à ilha, aos próprios prazeres, aos desejos dos outros. Ganham roupas encantadas, beleza, carisma e vigor eternos em troca de uma liberdade talvez já esquecida. Heróis, viajantes e divindades já sucumbiram a esta união perpétua com a ilha.

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