terça-feira, 28 de novembro de 2017

Fantasia Chinesa – características gerais e contrastes com a fantasia ocidental

    Pode-se dizer que o verdadeiro autor deste artigo é 春秋戰國, autor deste blog. Ele me forneceu estas informações, eu fui basicamente um tradutor e editor. O nosso contribuidor classifica a “fantasia chinesa típica” em várias camadas. Juntas, elas formam uma base para construir um cenário.

    Também ressalto que a ideia não é dizer o que pode e o que não pode. Aqui temos um guia para seguir o que se espera de uma “fantasia chinesa genérica”, mas você decide o que usar ou não. Inclusive incluo diversas soluções para possíveis problemas em seguir este artigo à risca.

 

1) “Mundo Básico”

 

    Esta equivale à “fantasia medieval genérica”. Elementos não-chineses pode ser usados sem se preocupar, talvez através de um contato entre Ocidente e Oriente. Podem ocorrer conflitos com estrangeiros, talvez uma guerra civil.

    O guerreiro é a classe mais usada. Classes semelhantes como “warlord” também servem. Se existirem conjuradores, serão conselheiros e adivinhos.

    Elementos apropriados: foguetes, bestas de repetição, armaduras pesadas, escudos, arco e flecha, canhões*, bombas* e armas de fogo*, imperador chinês, funcionários imperiais e mandarins.

    Elementos não-apropriados: kung fu e artes marciais. Ninguém grita “Punho do Jade Vermelho” e dá um golpe especial, personagens lutam com armas diversas.

*Usados na China séculos antes da Europa.

 

2) “Jianghu (江湖)”, “Baixo Wuxia” ou “Submundo”


    As artes marciais começam aqui, mas a camada ainda é um tanto quanto realista. Gângster, máfias e tríades são facções comuns. Conflitos são motivados por dinheiro, vingança e o código de honra dos criminosos. Lutas entre gangues são tão comuns quanto duelos pessoais.

    O ladino é a classe comum, em todas as suas formas e variantes.

    Elementos apropriados: gente rica com o comércio fluvial (basicamente “máfia fluvial”), bandidos montanheses, rebeldes, vendedores de sal, aliança dos comerciantes de cavalos (outra máfia), guarda-costas de caravanas, armas de arremesso de artes marciais etc. Combate debaixo d'água acontece bastante.

    Elementos não-apropriados: escudos e armaduras pesadas, arcos, bestas, guerreiros e armas de fogo*.

*Muitas histórias baseadas nesta “camada” ocorrem no início do século 20, tornando armas de fogo prevalentes.

3) “Wulin (武林)” ou “Alto Wuxia”

 

    Wuxia clássico. Artes marciais sobrenaturais: pulos impossíveis, disparos de ki, “energias internas” e arrombar portas de metal com os punhos são comuns. Aparecem muitas escolas de artes marciais e organizações religiosas. Conflitos são motivados por fama, romance, sexo, armas lendárias, aprimoramento das artes marciais e manuais secretos. Ou talvez haja algum grupo maligno querendo dominar o mundo das artes marciais. Acontecem duelos pessoais, assassinatos e torneios de artes marciais, assim como rivalidades entre escolas ou lutas contra o grupo maligno.

    As classes apropriadas são: ladino, assassino, swashbuckler, monge. Formas exóticas de bardo* e druida* também podem servir.

    Elementos apropriados: tesouros perdidos, armas lendárias mas normalmente não-mágicas, código de honra, cultos malignos, engenhocas e armadilhas impossíveis mas não mágicas**, animais esquisitos*** e venenos estranhos****.

    Elementos não-apropriados: escudos e armaduras pesadas, arcos, bestas, guerreiros, armas de fogo e magia

*Um tocador de cítara que te faz ficar insano ou controla a sua mente; o líder do culto controla centenas de cobras venenosas.
**“Lançador rápido de mil dardos” ou “manequim de madeira que reage aos seus movimentos”.
***Sapo cuja saliva cura qualquer veneno.
****“Você morrerá no primeiro dia do ano novo!”

 

Limites e Sobreposições


    Os mundos da ficção chinesa são distintos – o general com um grande machado não participa do torneio de artes marciais; gangues lutando a serviço de comerciantes fluviais não aparecem em meio a uma guerra civil.

    Mas tais mundos também interagem. O general pode ser um artista marcial e influente no mundo Wulin; o imperador pode impôr leis em relação às escolas de luta; lutadores podem precisar da ajuda das máfias para conseguir cavalos ou navios; artistas marciais podem ser contratados para assassinar rivais militares ou políticos. Isto é comum, embora personagens especializados em um único mundo e/ou classe acabam tendo problemas. Em termos de regras, talvez fosse necessário multiclasse ou uma classe pau-para-toda-obra.

    A seguir, os mundos chineses mais fantásticos:

 

4) Xianxia (仙俠) ou “Heróis Imortais”

 

    Aqui temos espadachins voando, fazendo aero-skateboarding com as próprias espadas (muito comum), lutando com espadas controladas à distância, empunhando espadas que se tornam dragões ou raios laser etc. A importância da espada é porquê o Taoismo em que estas histórias se baseiam é fortemente relacionado à espada do tipo Jian.

    Esta é a alta fantasia da ficção chinesa. A maioria dos personagens são imortais, imortais-em-treinamento* ou, no mínimo, heróis mágicos muito mais poderosos do que aqueles nos mundos anteriores. Conflitos são devido ao despertar de antigos seres de escala e maldade comparáveis a Morgoth, desbalanço da luz e escuridão/Yin e Yang etc. Torneios mágicos ainda ocorrem. Um ou outro animal ou planta mágicos surgem, capazes de adotar forma humana após treinarem o suficiente.

    Classes que combinam: espadachim, mago, monge altamente iluminado, “swordsage”.

    Elementos apropriados: imortais, espadas mágicas, mais espadas mágicas, armas inteligentes (geralmente espadas), cultos mágicos malignos, maldições, espadas amaldiçoadas, venenos sobrenaturais, magia, feras mágicas, alquimia chinesa, outras espadas mágicas.

    Elementos não-apropriados: quase tudo que é mundano.

*É possível se tornar um imortal através de certos treinamentos, ações, técnicas e segredos na fantasia chinesa.


5) Mitologia Chinesa


    Este é o mundo exemplificado pelo clássico “Jornada ao Oeste”: deuses, budas, demônios e monstros, imperadores celestiais, a corte celestial, campões divinos, bestas míticas etc. Tudo aqui é tão poderoso em relação aos outros mundos, que um animal doméstico que fugiu do paraíso pode ser o grande mal que requer o esforço de todo o mundo Xianxia para ser derrotado. Apesar do poder, tudo é parecido com o mundo básico, apenas mais mágico. A Corte Celestial pode ser tão corrupta quanto a sua contraparte mundana.

 

 

 

Subindo de nível


    Pode-se pensar nos diversos mundos como uma progressão de níveis dos personagens, iniciante > aventureiro > herói > imortal > deus. Inclusive, treinos árduos e vencer inimigos difíceis são formas de ascender até Xianxia e além.

    Assim talvez até pareça fácil combinar fantasia chinesa e RPG, mas hão alguns poréns a se considerar:

 

A) Personagens de mundos diferentes raramente convivem uns com os outros


    Embora possam interagir e até formar alianças, eles quase nunca vão se aventurar como um grupo. O grupo de aventureiros clássico, guerreiro-ladino-clérigo-mago destoa muito da ficção chinesa. E como a China não tinha cavaleiros ou uma aristocracia guerreira equivalente, não é possível usar a desculpa de “cavaleiro e seus escudeiros”.

    Uma solução seria tornar o grupo agentes do governo imperial: cumprindo missões de espionagem, fiscalização, assassinato e prisão de criminosos. Talvez apenas um personagem seja o agente, os demais sendo a sua comitiva armada*. Um bando Wuxia com mandatos para invadirem casas, fiscalizarem fortalezas e talvez ir até o labirinto do monstro maligno para prendê-lo em nome do imperador!

*Diversas épocas e lugares da China tinham leis contra portar armas. Dentro de um cenário, isto poderia explicar a ênfase em artes marciais de combate desarmado.

 

B) Não existem “clérigos”

 

    A noção ocidental de relacionar clérigo com cura provavelmente vem do fato de que igrejas faziam caridade, criavam hospitais, cuidavam de peregrinos etc. A China tinha sacerdotes e monges, mas nada semelhante a alguém rezando aos deuses por milagres e poderes. Ferimentos e doenças eram tratados por médicos (muitas vezes estatais) e talvez alquimistas. Para se ter uma ideia de como isto falta: buscar antídotos; curar ferimentos internos; realinhar o fluxo interno de ki para evitar a morte; todos são elementos importantes em muitas histórias Wuxia. Não há alguém por perto capaz de solucionar tais problemas. Pode-se encontrar médicos viajantes, charlatões ou não, mas que são péssimos em combate. Narrativas Wuxia geralmente contam com curandeiros habilidosos escondidos em algum cânion. Poder-se-ia compensar isto das seguintes formas:





  1. O mais simples é baratear e/ou facilitar as poções de cura e semelhantes, transformando os benefícios do clérigo em itens carregados pelo grupo.
  2. Existem histórias onde monges prendem monstros derrotados dentro de cabaços mágicos. O próprio Rei Macaco sofreu isso diversas vezes, dizendo que o cabaço tenta “digerir” a criatura presa. Recipientes assim eram usados para guardar vinho e remédios. Talvez cabaços mágicos criem poções curativas e/ou alcoólicas a partir de inimigos derrotados, com diferentes propriedades conforme a criatura presa.
  3. O conceito de uma classe chamada “curandeiro”, mesclando alquimia, conhecimento de plantas medicinais e acupuntura para tratar os aliados. As agulhas também poderiam servir como armas e, espetadas em certos pontos do inimigo, perturbar o ki, gerando efeitos negativos diversos. Esta classe cuidaria de ferimentos externos, ossos quebrados e venenos.

    Contudo, mestres de kung-fu tratariam ferimentos internos e estabilizariam perturbações no ki que as vítimas são incapazes de curar elas mesmas (usando meditação ou “respiração de ki”). Conjuradores lidariam com maldições. Seja qual for a solução, o ponto principal é que a dinâmica de classe e papel de cada uma seria diferente até certo ponto.

 

C) Regras e expectativas sociais diferentes


    Já parou para pensar porquê hão poucas armaduras pesadas na fantasia chinesa? Apenas possuir uma é um crime, podendo resultar na sua execução e da sua família. Certamente atrapalha os cavaleiros e paladinos europeus.

    A China Imperial era altamente centralizada então a fabricação e armazenamento de armas (foguetes, armas de fogo, bestas pesadas etc) e armaduras de qualidade militar era feito por arsenais estatais. Isto significa que não há um mercado privado para este tipo de coisa. Personagens precisariam roubar um arsenal, fazer parte de uma rebelião ou procurar no mercado negro por este tipo de equipamento. Criá-lo por conta própria também é um crime grave. Dependendo da dinastia e/ou cenário, certas armas, como alabardas, geram a mesma consequência. O fato do império ser altamente centralizado também diminui a necessidade de mercenários ambulantes tais quais como guerreiros ou aventureiros. Assim como em A), tornar os personagens jogadores agentes imperiais resolveria estes entraves.

     Por outro lado, o mundo Wuxia é um mundo fora-da-lei. Mesmo os “bonzinhos” não obedecem à lei imperial. O “Mundo Básico”, “Wulin” e “Jianghu” seguem uma regra informal de “não se meta onde não deve”. Uma escola Wuxia que se expanda e/ou influencie demais vai descobrir a sua base cercada por milhares e milhares de tropas mais canhões. Já um oficial da corte ou imperador que interfira demais no mundo Wulin vai acabar assassinado.

    O mundo Wuxia também segue um código de regras para duelos e encontros que varia de autor para autor, mas envolve elementos comuns como: o mais velho deixa o mais jovem atacar primeiro; armas escondidas, veneno, areia nos olhos e magia são desonrosos; o vencedor tem o dever de achar uma desculpa para porque o outro perdeu; cortar a barba ou cabelo é tão sério quanto decapitar alguém; se ninguém está olhando, não tem regras, e se ninguém sobreviveu, ninguém estava olhando; personagens bons seguem as regras assim mesmo; personagens insanos não seguem regra alguma, então os outros podem ignorar as regras ao lidar com tais pessoas; e muitas outras regras.

 

D) O conceito chinês de “Prestígio”


    Este é um conceito único, relacionado a fama e honra. Tem a ver com a posição social, contatos sociais e influência. Se você é muito rico, poderoso, tem uma esposa linda, faz muitos atos caridosos, conhece alguém importante no governo ou tem um cargo importante etc, você tem muito “prestígio”. A partir de um certo ponto, espera-se que você trate outros de certa maneira, enquanto as pessoas com menos prestígio te tratam de acordo. O propósito do “prestígio” é exigir respeito de outros, assim como poder quebrar os códigos e regras até certo ponto. Isto inclui o código Wuxia.

     Por exemplo, alguém está sendo caçado por todos, mas você quer salvá-lo. Se tiver “pontos de prestígio” suficiente, poderia exigir que todos parem com a caçada. Quem obedecer está lhe “dando prestígio” ou fazendo um favor. Te ignorar é considerado ofensivo, então você tem uma desculpa para enfrentá-los.

  Mas fazer isto muitas vezes pode esgotar o seu “prestígio”. E as pessoas que lhe “deram prestígio” podem um dia exigir alguma compensação, recompensa ou favor em troca. Isto não é nada mágico ou sobrenatural, apenas um acordo social chinês que segue forte até hoje.

    Continuando o exemplo: se um dos perseguidores tem um motivo pessoal forte, usar o seu “prestígio” não vai impedi-lo. E se você o derrotar, perde “prestígio”. Aliás, simplesmente se associar com alguém sendo caçado já lhe faz perder “prestígio”. Por todas estas razões, “prestígio” não é algo a ser usado de forma banal. E também é a razão porque humilhar outros (fazendo-os perder “prestígio”) é algo muito importante. Muitos códigos de conduta Wuxia giram em torno disto.

    Ainda por cima, é possível que alguém com tanto “prestígio” quanto você interfira, exigindo que os perseguidores ignorem o que você quer. Neste caso, vocês dois devem lutar para decidir quem tem mais “prestígio”.

 

E) A China é enorme, geralmente unificada e centralizada.


    O que isto implica?

   Não havia uma aristocracia guerreira equivalente aos cavaleiros e nobres europeus. Portanto também não haviam castelos! Haviam muitas cidades com muralhas e fortalezas militares, mas nenhum castelo amaldiçoado e abandonado para explorar. Também haveriam poucas ruínas e catacumbas. Isto não impede que hajam lugares a serem explorados e tratados como “dungeons”, mas eles tendem a ser esconderijos de bandidos e piratas, quartéis rebeldes, escolas rivais, áreas de treinamento marcial etc.

    Segundo, quebrar uma lei ou cometer um crime sério* vai resultar no império inteiro atrás de você. Não existem reinos ou feudos independentes para onde escapar. Agentes imperiais, assassinos, artistas marciais e/ou personagens jogadores podem perseguir alguém até o fim do mundo, em troca de fama**, riquezas, a mão da princesa ou uma posição no governo imperial.

    Terceiro, o mundo Wuxia tem as suas próprias regras. Quem as quebra vai ter que lidar com artistas marciais, bons e maus, tentando matá-lo. A maneira comum de escapar é se arrepender publicamente, se tornar um monge e ingressar um culto budista. Isto geralmente salva alguém de ser morto por outros artistas marciais, mas não impede que as suas vítimas ou as famílias das mesmas busquem vingança.

*Conspiração rebelde, matar um parente do imperador ou apenas ofender a sua concubina favorita.
**“Qualquer um que matar esta pessoa vai ganhar um distintivo de mérito do imperador.” E muitos, mas muitos artistas marciais buscam fama e reconhecimento, inclusive para abrir a sua própria escola. Quem não quereria aprender a lutar com o mestre que eliminou o temível Lorde dos Tigres Dourados?

 

F) Bárbaros em um cenário chinês

 

    Para aventuras mais realistas, temos os Miao, Zhuang, Yao e outras minorias étnicas chinesas. O povo Miao aparecem muito em Wuxia, sendo usuários do veneno Gu* e outras coisas exóticas. O Romance dos Três Reinos também contêm uma confederação bárbara semifictícia chamada “Nanman” (significa “bárbaros do sul”). Na maioria das obras Wuxia, usam-se termos generalizados para não se soar preconceituoso: Miao Jiang (苗疆, literalmente reino/território"); Xi Yu (西域, “região oeste”); Guan Wai (關外, “além da fronteira”); Sai Wai (塞外, “além da fortaleza”)

    Você pode generalizar se quiser, especialmente em um cenário de fantasia. A China Imperial se via como o “Reino Central”, todos os outros povos sendo bárbaros. Mesmo um paladino em uma armadura ornamentada seria inicialmente tratado com tanto desdém quanto um orc fedorento. Ser um bárbaro tem certas vantagens. Pessoas suspeitam de você, mas aceitam que as suas ações não sigam as regras e normas Wuxia até certo ponto.

    Um fato curioso é que a primeira história Wuxia de todas, escrita no período Tang, tinha um escravo negro como protagonista.

*Este veneno fictício é criado colocando diversas criaturas venenosas (aranhas, lacraias, cobras etc) dentro de um recipiente, onde elas devorariam umas às outras, concentrando o veneno em um único sobrevivente letal.

 

G) Sem Raças Genéricas


    Elfos, anões, orcs etc, não existem raças populares na fantasia chinesa. A maioria das obras usam humanos. A única coisa parecida é um velho jogo eletrônico chamado “The Legend of Sword and Fairy”, também conhecido como “Paladino Chinês” depois que foi adaptado em uma série de televisão. Muitas obras Xianxia o usam como base, assim como D&D serve de base ao gênero de fantasia.

    Esse jogo tem seis “raças”, usando o conceito budista de Seis Caminhos combinado à fantasia:
  • Deuses que habitam o “Plano Celestial”, equivalente a Asgard
  • Imortais habitando o “Plano Imortal”. Equivalem aos elfos, ao mundo Xianxia e Alfheim.
  • Humanos no “Plano Humano/Material”.
  • Yao Guai/monstros. Estes são plantas e animais que treinaram até adquirir uma forma mais humana. A mesma pode ir desde um animal real ou uma abominação monstruosa, até uma espécie de licantropo ou indistinguível de um humano. Geralmente, quanto mais parecido com humanos, mais poderoso é.
  • Fantasmas no “Plano dos Fantasmas” (uma forma de inferno). Pessoas, monstros e imortais acabam aqui, têm a sua alma aliviada de memórias e entram no caminho da reencarnação. Pessoas que morreram com muito ódio ou sofreram grande injustiça, podem se recusar a reencarnar e se tornarem mortos-vivos vingativos.
  • Demônios do “Plano Demoníaco”. Equivale ao Muspelheim. Demônios também se regeneram no seu plano caso mortos, em vez de passar pela reencarnação.
    Os planos Humano, Imortal e Monstro existem no mesmo mundo, enquanto os planos Celestial e Demoníaco são acessíveis por portais especiais. O Plano dos Fantasmas existe em um mundo paralelo.

    Parecido com fantasia ocidental, não é?

  Mas um humano pode se tornar um imortal com treinamento suficiente. Assim como, teoricamente, um imortal pode se tornar um deus. Da mesma forma, animais e plantas podem se tornar monstros e então ascender a demônios. Nenhuma destas “raças” são definitivamente malignas, embora deuses e demônios sejam hostis uns aos outros. A capacidade do humano em amar livremente é o que atrai muitos demônios, deuses e fantasmas ao Plano Humano.

    Embora raças da fantasia chinesa costumem ficar mais humanas conforme ganhem poder, elas podem ficar enfraquecidas e/ou usar alguma técnica especial e proibida para fazer ressurgir o aspecto bestial. Pode-se pensar nisto como uma forma de raiva do bárbaro. Inclusive, ficar com muita raiva é uma possível maneira de acessar esta forma bestial. Poder-se-ia pensar em uma classe bárbara variante que tem linhagens em vez de totems. O próprio Rei Macaco tem o trunfo de se tornar um macaco gigante furioso.

    Alguns escritores incluem híbridos de humano com algo mais, que parecem totalmente humanos ou tem traços monstruosos. estas formas podem conceder benefícios (e desvantagens) para combate e/ou outras situações.

    Uma outra mecânica seria despertar uma reencarnação passada e adquirir as suas características temporariamente, talvez uma espécie de shamã baseado na “Forma Selvagem” da classe druida.

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