Primeiro, o mais importante: existem três Babas Yagas.
Se fossem pessoas, seriam irmãs briguentas como se encontra em qualquer
família. Também são inconstantes: não é possível confiar nem que elas
sejam maldosas, pois uma pode ajudar alguém para atrapalhar ou irritar
as outras. Muitas pessoas escapam de serem a próxima refeição de uma
Yaga porque são outra Yaga interfere. Eu acho que nem elas conseguem se
distinguir; uma Yaga sabe quem ela é, mas não sabe diferenciar as outras
duas. Isso não as impedem de conspirar umas contra as outras, com
consequências catastróficas para quem for envolvido nessas tramas.
Ainda assim, essa rivalidade me salvou, pois eu consegui convencer uma delas a me aceitar como uma aluna que a ajudaria contra as irmãs. Não direi nada do que tive que fazer, exceto que ainda dói, e que limpar aqueles dentes de ferro foi a tarefa menos desagradável. Em troca aprendi segredos que nunca usei nem jamais usarei: como comer uma alma e ficar tão leve que consigo flutuar; de que forma alguém cria um tacape que petrifica quem é atingido por ele; como esconder um coração em um ovo; e muitos outros feitiços.
Alteradas pelos nefilims, uma Yaga sempre busca carne para mastigar com seus dentes de ferro, mas continua raquítica como uma espinha de peixe não importa o quanto coma; os olhos são escuros como carvão, mas brilhantes como brasa quando ela lança feitiços; pode esticar braços, pernas e o nariz, para melhor farejar e agarrar as suas vítimas. Quando você achar que está longe de uma delas, confie em mim: duplique essa distância. O caldeirão e o pilão que cada Yaga leva consigo não tem nada de especial, são só ferro marcado por dentes e manchado de ferrugem. Existem apenas para elas amassarem e cozinharem as suas vítimas, e elas sempre os carregam porque a fome nunca para.
Cada uma tem três criaturas que as acompanham:
Um par de mãos sem corpo, mas que flutua e se move como o tivesse. São apenas ajudantes, com unhas sujas e nenhum poder especial. A Yaga ficou brava quando notei o anel dourado em uma das mãos, e acho que esse anel as controla.
O Cavaleiro Errante: mudo, honrado e bondoso a ponto de te salvar de um perigo sem hesitação, mas isso não passa de um ardil para capturar pessoas para a respectiva mestra. Usam elmos para esconderem a falta de uma cabeça, que suspeito serem usadas como reféns para que as Yagas garantam a lealdade de seus cavaleiros. Eles são diferenciados pelas cores (vermelho, preto ou branco), que são a única maneira que sei distinguir as irmãs (mas elas não sabem).
Mas apesar de terríveis e poderosas, as Yagas são apenas agentes dos verdadeiros monstros: as Cabanas, nefilims que as usam para interagir com o mundo. Isso é verdade, eu podia sentir as janelas me focando. E o meu reflexo nos vidros, às vezes, mirava em direções que eu não estava olhando. Andam sobre enormes pés de galo, e no lugar da fechadura há uma boca com dentes que abre para quem a alimentar. O espaço lá dentro é muito maior que do lado de fora: existem muitas salas que nem a Yaga conhece. Uma vez consegui esconder uma vítima em uma delas, apenas para descobrir que a Cabana percebe tudo o que acontece dentro de si.
Você pode já ter ouvido uma ou duas histórias de heróis que mataram uma das bruxas. Esses contos são verdadeiros e eu mesma presenciei uma Yaga morrer, mas enquanto a Cabana existir a bruxa volta à vida. Haviam salas sempre trancadas; os sons e exalações que saem por baixo daquelas portas úmidas me fazem pensar que ali ficam os órgãos vitais da Cabana.
As crianças ouvem de seus pais que a floresta da bruxa é escura e silenciosa, com fungos venenosos e árvores espinhentas. Isso é porque a presença nefasta da Cabana corrompe o ambiente ao redor: as árvores tremem e quebram até ficarem cheias de lascas pontiagudas e repletas de fungos negros que crescem nas feridas. A vassoura de fios prateados da bruxa é capaz de restaurar o rastro de destruição deixado para trás, mas ela só o faz quando acha que está sendo seguida.
Ainda assim, essa rivalidade me salvou, pois eu consegui convencer uma delas a me aceitar como uma aluna que a ajudaria contra as irmãs. Não direi nada do que tive que fazer, exceto que ainda dói, e que limpar aqueles dentes de ferro foi a tarefa menos desagradável. Em troca aprendi segredos que nunca usei nem jamais usarei: como comer uma alma e ficar tão leve que consigo flutuar; de que forma alguém cria um tacape que petrifica quem é atingido por ele; como esconder um coração em um ovo; e muitos outros feitiços.
Alteradas pelos nefilims, uma Yaga sempre busca carne para mastigar com seus dentes de ferro, mas continua raquítica como uma espinha de peixe não importa o quanto coma; os olhos são escuros como carvão, mas brilhantes como brasa quando ela lança feitiços; pode esticar braços, pernas e o nariz, para melhor farejar e agarrar as suas vítimas. Quando você achar que está longe de uma delas, confie em mim: duplique essa distância. O caldeirão e o pilão que cada Yaga leva consigo não tem nada de especial, são só ferro marcado por dentes e manchado de ferrugem. Existem apenas para elas amassarem e cozinharem as suas vítimas, e elas sempre os carregam porque a fome nunca para.
Cada uma tem três criaturas que as acompanham:
Um par de mãos sem corpo, mas que flutua e se move como o tivesse. São apenas ajudantes, com unhas sujas e nenhum poder especial. A Yaga ficou brava quando notei o anel dourado em uma das mãos, e acho que esse anel as controla.
O Cavaleiro Errante: mudo, honrado e bondoso a ponto de te salvar de um perigo sem hesitação, mas isso não passa de um ardil para capturar pessoas para a respectiva mestra. Usam elmos para esconderem a falta de uma cabeça, que suspeito serem usadas como reféns para que as Yagas garantam a lealdade de seus cavaleiros. Eles são diferenciados pelas cores (vermelho, preto ou branco), que são a única maneira que sei distinguir as irmãs (mas elas não sabem).
Mas apesar de terríveis e poderosas, as Yagas são apenas agentes dos verdadeiros monstros: as Cabanas, nefilims que as usam para interagir com o mundo. Isso é verdade, eu podia sentir as janelas me focando. E o meu reflexo nos vidros, às vezes, mirava em direções que eu não estava olhando. Andam sobre enormes pés de galo, e no lugar da fechadura há uma boca com dentes que abre para quem a alimentar. O espaço lá dentro é muito maior que do lado de fora: existem muitas salas que nem a Yaga conhece. Uma vez consegui esconder uma vítima em uma delas, apenas para descobrir que a Cabana percebe tudo o que acontece dentro de si.
Você pode já ter ouvido uma ou duas histórias de heróis que mataram uma das bruxas. Esses contos são verdadeiros e eu mesma presenciei uma Yaga morrer, mas enquanto a Cabana existir a bruxa volta à vida. Haviam salas sempre trancadas; os sons e exalações que saem por baixo daquelas portas úmidas me fazem pensar que ali ficam os órgãos vitais da Cabana.
As crianças ouvem de seus pais que a floresta da bruxa é escura e silenciosa, com fungos venenosos e árvores espinhentas. Isso é porque a presença nefasta da Cabana corrompe o ambiente ao redor: as árvores tremem e quebram até ficarem cheias de lascas pontiagudas e repletas de fungos negros que crescem nas feridas. A vassoura de fios prateados da bruxa é capaz de restaurar o rastro de destruição deixado para trás, mas ela só o faz quando acha que está sendo seguida.
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