Caso alguém deseje saber, o que se pode descobrir sobre a origem dos Nefilins é isto: Antes de quase tudo, rebelião e conflito geraram perdas e desastres. Nenhuma vitória, pois a guerra continua. Muitos dos horrores gerados foram criaturas concebidas de formas caóticas e corrompidas. Um acidente criou um lugar onde trancafiá-las, uma prisão para todo aquele excesso de carne errada. Uma vez postas lá, foram esquecidas por motivos mais imediatos, imensos e perigosos. Este lugar não possuía terra, ar, fogo, nem água, apenas criaturas e seus carcereiros.
Fome era inevitável, e a única coisa em comum entre tudo ali. Em um momento errado em muitos sentidos, criaturas específicas eliminaram as barreiras entre reprodução e canibalismo, devorando-se umas às outras e defecando filhotes mais fortes. Nessa geração, vontade de viver e de comer se igualaram e se uniram, exponenciando a fome deles além dos demais prisioneiros. Trinta gerações depois, a competição havia sido eliminada, parcialmente sem querer. Ainda assim, estavam presos e fadados à extinção, mas a história da Criação é feita de planos que falharam. Quando Gênesis destrancou a porta pelo lado de fora, ele libertou algo que não sabia distinguir entre fome e voracidade.
-Braços por Segredos: conversas com as irmãs Yaga, por autoria de Valéria Afanasyev
Uma conglomeração de criaturas e entidades diversas com as seguintes características em comum:
- Originários do “Abismo”, a dimensão dominada pelos Nefilim. Originalmente a maior das zonas efêmeras, agora é um reino maldito com vontade própria e o mais próximo que Nefilim tem de um símbolo valorizado por todos.
- Parasitismo. Nefilims requerem força vital (prana) para se reproduzir, o elemento do qual almas de mortais e a essência de deuses são feitas. Cada tipo de nefilim infecta o hospedeiro de uma maneira diferente: fluidos, processos digestivos e dentes larvais são apenas algumas das formas. O que ocorre a seguir depende da força espiritual do hospedeiro, se a sua alma é adequada para gerar um novo nefilim. Por exemplo, um hospedeiro fraco pode formar teratomas roxos com consistência de um ovo mal-cozido, que crescem até a vítima morrer por falta de sangue. Já um hospedeiro forte pode aguentar por duas semanas enquanto a sua carne se calcifica até parecer um casulo feito de osso com um nefilim no interior.
- Grande variação física. Suspeita-se que nefilim fossem originalmente uma única espécie, mas que rapidamente passou por muitas mudanças devido às capacidades inatas de manipulação de tecidos animais. Além disto, é comum haverem mutações de geração para geração. Alguns nefilims são capazes de instantaneamente manipular e deformar a carne de seus inimigos.
- Um sentimento que mescla “fome” e “gula”: sempre precisam comer, mas sempre comem mais do que precisam.
- Omnifagia: nefilims consumem qualquer entidade possuindo traços de energia vital, sejam fauna, mortais, fantasmas ou deuses. Além disto, alguns são capazes de consumir os próprios elementos que permitem a vida, criando regiões acinzentadas onde o ar não é respirável e não há água.
- Incapacidade de se relacionar com mortais. Contudo, certas entidades nefilim são capazes de transformar mortais em '‘avatares’' ou '‘embaixadores’'. Os exemplos mais conhecidos são: as Irmãs Yaga, servas das casas bípedes que as acompanham; Ellequin, avatar da Decarabia que permaneceu em Ghara após o fim da Invasão Nefilim; e o Homem do Saco.
- Inconsistência. Nefilim dificilmente conseguem cooperar entre si, ou planejar algo. Competem uns com os outros constantemente. Esta é a sua maior fraqueza. Se a Invasão Nefilim tivesse sido de fato organizada de forma competente, talvez Ghara não tivesse sobrevivido.
- Imunidade a adivinhações, oráculos e afins. A falta de uma alma ou essência baseada em prana os torna alheios à malha de ley, impossibilitando que sejam detectados ou previstos.
Para aprender o que relato neste livro, eu tive que conversar com criaturas tão ruins que eu teria
pena da cobra venenosa que as mordesse. Este livro é para transmitir tudo o que sei sobre os
nefilims, para que ninguém nunca mais tenha de passar pelo que passei quando eles vieram.
E acho apropriado começar pelos seres com que fui obrigada a conviver.
-Braços por Segredos: conversas com as irmãs Yaga, por autoria de Valéria Afanasyev
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