domingo, 1 de outubro de 2017

Kreseeinstein


    
     Kreseeinstein é o representante de Technogeist e os comandantes geisthanes perante o senado e o imperador. Sua presença gera atritos com a representante de Corallin na corte, e criaria algum tumulto na cidade caso ele não saísse do palácio só quando precisa.

     Os cabos e placas metálicas ao redor de sua boca dão a impressão de uma grande barba e bigode, e a corte ainda não tem um consenso se isso é proposital ou não. A pouca pele visível é pálida, marcada com cicatrizes, linhas e protusões que não correspondem ao crânio. O olho direito é coberto por um monóculo parafusado ao nariz. Um sobretudo de couro cinza esconde muito do corpo: ele é alto e magro, mas o som pesado e metálico do seu caminhar não corresponde; em um ambiente silencioso, outras pessoas conseguem ouvir ruídos ritmados que sugerem movimento vindo dele mesmo se estiver completamente parado; o braço direito é mais rígido e preciso que o esquerdo; ele faz surgir bolinhas de alumínio que valem uma fortuna na mão. A teoria mais aceita é a de que isso sejam balas para alguma arma escondida em seu corpo, e ele só descobriu o grande valor monetário depois que veio ao império*.

     Com permissão do império, ele controla uma oficina onde alguns scarnostianos fabricam próteses mecânicas, distribuídas a soldados e quaisquer outros que foram gravemente feridos defendendo um cidadão nortenho. Usando ferramentas tão precisas que conseguem manufaturar peças intercambiáveis, as próteses podem ter acréscimos como imãs, compartimentos, serem feitas de madeira e metal em diferentes proporções, lâminas retráteis, pistolas integradas e pequenos motores movidos a molas e gás comprimido que geram surtos de força e rapidez.

     A disposição generosa em produzir, manter e modificar esses equipamentos sem cobrar nada é uma forma de espalhar os méritos do neo-sargonismo e tecnologias disponíveis para os seguidores de Technogeist. Isto parece funcionar, já que a marinha imperial registra pelo menos cinco navios mercantes que partiram por conta própria para Scarnost nos últimos vinte anos. Não se sabe se conseguiram evitar as galés remadas por esqueletos de Neftul, se não foram alvo da artilharia cautelosa de Technogestalt, ou até se o país aceita estrangeiros além dos poucos emissários imperiais que só estiveram em um posto avançado em uma ilha próxima ao continente. Naquela terra definida pela guerra, teriam sorte mesmo se acabassem nas ruínas de Koptebunker, uma colônia technogestáltica em uma ilha que Neftul aniquilou décadas atrás. Mas Kreseeinstein recruta agentes no continente de Sarba para agir em prol de Technogestalt. Na maioria aventureiros, recebem equipamentos e benefícios tecnológicos como implantes mecânicos e armas poderosas.

*As bocas alheias da capital já dizem que: “os estrangeiros que fazem cavalos de ferro tem costumes esquisitos como disparar ouro/cobre/diamantes em mortos-vivos”; “eles são tão burros que não sabem que prata é que é bom contra certos monstros”; “a amiga do tio da vizinha do meu irmão foi controlada pela prótese que botaram nela”; “o embaixador tem cheiro de carvão/ferrugem/carne podre”; “os cozinheiros do palácio nunca precisam dar comida pra ele”.

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