terça-feira, 7 de agosto de 2018

Algumas cidades do Império do Norte I



Arsenal Divino: embora não seja uma cidade no sentido convencional da palavra e nunca devidamente avaliada pelo censo, acredita-se que as duas cidadelas que compõem o Arsenal Divino, juntas, tenham cerca de oitenta mil habitantes. No minímo metade são vivandeiros e vivandeiras que dão suporte e oferecem serviços aos exércitos em combate perpétuo.

Borgio: uma cidade de cinquenta mil habitantes na margem norte do Rio de Fogo, a fronteira entre o império e as Terras Goblinoides. A cidade é um centro escravagista que recebe navios cheios de prisioneiros goblinoides, dinossauros e outras feras do sul e os revende para inúmeros feudos e comunidades império afora. Essas mercadorias vivas vão virar escravos e espetáculos nas arenas. Borgio também comercializa âmbar goblinoide, fabricando jóias a partir do mesmo graças aos numerosos joalheiros locais.

Doberão: cidade portuária na costa de Ametís, próxima ao estuário do rio Mouro, com cem mil habitantes. Viver próximo de Viridis Orcum atrapalha muito: a cidade sofreu uma epidemia de uma doença feérica há dez anos, chamada nitus. Ela causa perda de memória e cansaço. Isso fez com que muitos habitantes aprendessem a escrever para manter diários. É comum ter tatuagens com informações importantes que alguém teme esquecer, como quem é a sua família. Existem asilos para acomodar quem esqueceu até quem era ou, por exemplo, como caminhar. O cansaço crônico de boa parte da população faz com que importem café de Khejal e tenham muitos alquimistas criando poções estimulantes. A epidemia também afastou o comércio naval, outrora a base da prosperidade local.

Kallinos: nas margens nortes do rio Nabia, a metrópole se orgulha do fato de ser a cidade imperial com mais escolas e prensas para imprimir livros. Metade da população de trezentos mil habitantes sabe ler e escrever. Isso faz com que a cidade seja um centro administrativo vital à burocracia nortenha, assim como uma fonte de magos treinados. Diversos adivinhos vivem aqui, e cada profecia que realizam, por mais obscura que seja, é registrada e catalogada na Biblioteca dos Futuros. No entanto, essas características geraram um pesadelo local em tempos recentes: já existem diversas guildas especializadas em usar de magia para espionar documentos, rivais, proteger contra espionagem mágica, adivinhar segredos e outras intrigas. Ninguém mais tem certeza se possui alguma privacidade, todos vigiam uns aos outros atrás de vantagens. Há apenas algumas semanas, espiões locais tentaram roubar um brinquedo de um dos netos do imperador, buscando usá-lo como um foco mágico para realizar adivinhações. O imperador e o senado estão sendo muito cautelosos sobre o que fazer a respeito da situação, arquitetando planos enquanto empregam fortes contra-adivinhações.

Koranna: essa cidade de dez mil habitantes, no extremo sul de Caledôn, tem uma situação inusitada: dividida ao meio por um rio, metade da cidade fica no ducado Korabius e a outra metade no ducado Annabiel. Uma tradição local é a Batalha das Pontes, uma mistura de carnaval e jogos centrada nas pontes que ligam as duas metades. O lado que conquistar mais pontes ganha o direito de governar a cidade pelo próximo ano. Cada ponte têm a sua forma de competição, desde boxe a justa e tiro ao alvo a briga coletiva, com regras próprias e número de participantes.

Ledita: outrora uma metrópole próspera de cento e cinquenta mil habitantes às margens do rio Inaê, foi recentemente devastada por um incêndio que consumiu quatro quintos da cidade. As ruínas estão sendo controladas por gangues de saqueadores, enquanto os milicianos sobreviventes guardam a parte da cidade que foi intocada pelas chamas, chegando a erguer uma paliçada para mater os bandidos longe. Muitos mortos ressurgiram como mortos-vivos cobertos em cinzas, o que levou a rumores de que o incêndio foi alguma forma de maldição imposta por Diveus. Os refugiados criaram grandes campos de tendas e cortiços fora dos muros, onde a lei é fraca e as gangues dominam.

Lexanda: uma cidade de cento e cinquenta mil habitantes  ao sul das Cristas da Mandíbula. O fato de que a ferrovia agora passa por ela a obrigou a pagar tributos semanais ao império na forma de carvão, ferro, cobre e chumbo. Para atender a isso, o duque Kolomos Aramanna recorreu a uma solução macabra: ele empregou diversos necromantes para criar uma força de trabalho morta-viva, incansável e capaz de minerar até em túneis sem oxigênio. O sucesso o está levando a empregar mortos-vivos na infraestrutura local: puxando carroças, operando guindastes, bombas d'água e diversos outros serviços. Isso também o levou a libertar todos os escravos públicos, que se tornaram a sua base popular para defender o fim da escravidão imperial através da necromancia benevolente.



Litle Albya: uma colônia abalmiana de dois mil habitantes ao norte de Viellvier, organizada ao redor de um portal que leva diretamente aos grandes portos de Abalm. Filibotes carregados com sal e mercadorias do mundo todo passam por aqui todos os dias. Para evitar ataques piratas e outras ameaças, a colônia é fortemente defendida por golens de oricalco, balistas elementais flutuantes e mercenários de terras distantes que falam línguas desconhecidas.






Naxos: essa petrópole fica no Maciço de Orgothorax e abriga cerca de dez mil thorakitai. Ela se especializava em moldar sinos de todos os tamanhos, sabendo inclusive técnicas mundanas para melhorar o som, e até mágicas para criar sinos cujo som pode maravilhar ou aterrorizar as pessoas que o ouvem. Quando o império começou a moldar canhões, os anões de Naxos se deram conta de que as técnicas para criar sinos funcionam muito bem para fabricar canhões, inclusive alguns cujo estrondo apavora o inimigo. O artesanato de sinos foi quase abandonado, o que causa tensões na comunidade: o que vale mais a pena? ganhar dinheiro fazendo coisas que matam, ou encantar as pessoas com instrumentos musicais e badaladas maravilhosas? Brigas e até mortes já ocorreram devido a esse dilema.


Necrópole Ashbel: embora uma cidade tão arruinada que foi declarada "morta" pelo culto de Carnifícius, atualmente é cercada de cortiços lotados com peregrinos e pessoas que trazem os corpos de falecidos, às vezes amarrados pois viraram mortos-vivos. Essas pessoas, mais os sacerdotes, coveiros, guardas e numerosos escravos que mantém a necrópole resultam em uma população de cerca de cinquenta mil habitantes. As diversas aldeias na região se dedicam a suprir as necessidades dos peregrinos: comida, roupas, velas, animais para sacrifício, caixões etc.


Rartheníen: cidade de duzentos mil habitantes na margem sul do rio Undina, a trezentos quilômetros da capital. Os nobres locais enriquecem graças à mineração de ricos veios de ametista. A duquesa, Marja Rochella, era talvez a mulher mais rica no Império do Norte. Ela gastou a maior parte de sua fortuna encomendando uma leyship abalmiana. Assim que estiver pronta, Marja pretende gastar o resto contratando aventureiros para uma expedição ao planeta-inferno, Dianferine. Objetivo: resgatar a alma de seus pais, que as venderam a um lorde diabo justamente para que a sua filha fosse afortunada.


Reliquária: um mosteiro autossuficiente nas profundezas da Grande Floresta Caledoniana, os seus sete mil habitantes são todos sacerdotes do panteão como um todo, enquanto o conselho de líderes agrupa os clérigos que se dedicam a um deus ou deusa específico. Essa teocracia urbana é um misto de cidadela e monastério em uma única enorme estrutura alta como uma catedral e majestosa como um palácio. As diversas fraternidades marciais servem como uma milícia que usa chicotes para manter as multidões de peregrinos sobre controle, mas também têm acesso a armas e armaduras caso necessário. As doações dos viajantes garantem uma certa fartura a Reliquária, mas muito é guardado na forma de tesouros dedicados aos deuses. A "cidade" é capaz de realizar um ritual secreto em que a fé dos sacerdotes e fiéis é canalizada para para criar uma benção ou maldição extremamente poderosa, capaz de secar rios, invocar tempestades, conceder fortuna a uma cidade inteira, entre outros usos. De vez em quando, alguém rico e poderoso vêm até aqui para suplicar que os sacerdotes realizem o ritual para um objetivo específico, trazendo presentes e promessas, mas mesmo o senado não se atreveria a ordenar que o ritual fosse feito. Isso é possível apenas quando todos os deuses concordam.


Ostrog: pouco mais que uma paliçada cercando uma torre coberta de neve e algumas casas de madeira, esse é um entre muitos fortes estabelecidos pelos Mercantes da Aventura em Yaros para explorar Hamask Barbagia, descobrindo ruínas misteriosas, veios de minérios e outras coisas valiosas. O líder dos aventureiros locais é Vladich, um shardokan albino e um dos belaya smerts. Ele busca um sacerdote ou clérigo de Bellifalco para abençoar a torre e torná-la um templo dedicado ao deus dos heróis.


Ostrog.


Serauta: uma criópolis shardokan estabelecida no interior de uma geleira nas Cristas da Mandíbula, os cerca de mil habitantes vivem de pastorear cabras montanhesas e caçar animais com peles valiosas, desde esquilos a ursos. Alguns peregrinos aparecem de vez em quando para realizar sacrifícios aos pés da estátua de Corallin talhada na face da geleira. O prefeito, Diacovich, busca financiamento para criar estátuas de todo o panteão e enriquecer a cidade com a vinda de fiéis. O povo está dividido entre a promessa de dinheiro que isso trará e o temor de que isso atraia bandidos, charlatões e perturbe a paz de modo geral.

Silvos: a segunda maior figueira gigante no império, capital do ducado Silveínne, fica na beira do rio Jandijari. Um tanto quanto invejosos da fama e fortuna de Ardenellíe. A população de duzentos mil habitantes é dividida igualmente entre feidralin e feidarash. Exportam plantas medicinais, orquídeas comestíveis, jóias de seiva-vidro e mudas de capim-foice (usado para criar cercas vivas). Sede da Escola dos Espinhos, uma confraria do saber que se tornou uma guilda mercenária de druidas especializados em controlar a fauna e flora para proteger os seus contratantes, servirem como batedores e enfrentar os animais usados pelos goblinóides das Terras Goblinóides.


Talab: uma cidade de dez mil habitantes no centro das Sertanias Falknerianas, estabelecida no inteior de uma cratera. Esta foi criada pela queda de uma metrópole voadora, derrubada pelos Inimagináveis em um passado remoto quando nem se sabia forjar ferro. A exploração das ruínas sustenta a economia local: aventureiros e mineradores corajosos adquirem materiais exóticos como panóplias de bronze encantadas, gases coloridos feitos de mana puro, ossos de quimeras, navios flutuantes cujas velas são feitas com couro de asas de dragão... Algumas bocas alheias dizem que não há limites para o que se pode encontrar aqui, sejam tesouros ou perigos. Já outros suspeitam que o lugar têm uma vida própria: salas vazias voltam a ter itens; túneis mudam de lugar, golens aracnídeos tentam consertar máquinas feitas de quartzo e cobre. E a localização, exatamente no meio das sertanias, já fez um ou outro pensar que as ruínas drenam a vida da região, tornando-a árida em troca de realizar os sonhos e pesadelos de quem chega aqui.

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