1. TEMAS CENTRAIS
Destino é o tema mais importante. Ninguém escapa
dele, nem
mesmo os deuses. Inúmeras tragédias e mitos gregos mostram as
consequências de tentar fazê-lo, como Édipo Rei. Mas como a
maioria dos jogadores prefere ter a chance de um final feliz, pode-se
assumir que os seus destinos são bons ou no mínimo incertos. Um
atributo de sorte ou inspiração divina poderia funcionar para
simular isto. Também pode-se assumir que os membros do grupo são
favorecidos por um ou mais deuses, ou buscam adquirir este status.
Isto é tanto uma benção quanto uma maldição, pois deuses podem
conceder grandes privilégios assim como ficarem furiosos com
quaisquer desrespeitos.
Gatts tem muito em comum
com os heróis das tragédias gregas.
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Adorar os deuses é como um contrato de negócios
com alguém não muito confiável. Você pede por algo, sacrifica
algum vinho bom, gado, ouro ou até um barco inteiro para Poseidon.
Os deuses vão decidir a ajuda ou benção proporcional, seja sorte
nos dados ou a mão de Poseidon agarrando a galé inimiga. Tenha
cuidado com o que você deseja, pois os deuses podem ajudar de
maneiras terríveis e ensinar lições. Lembre-se de Midas e seu
desejo por ouro, que culminou na perda da filha.
Não há uma mitologia “oficial”. Muitas
lendas têm várias versões, como no caso das amazonas:
A) Vá longe o suficiente das terras civilizadas, e você encontrará mulheres usando calças, cavalgando, manejando arcos e machados tão bem quanto os homens!B) As bocas alheias dizem que em algumas tribos nômades chamadas “amazonas”, não pode-se encontrar um único homem. Elas se deitam com homens citas, mandando os garotos para os seus pais.C) Outros dizem que elas não são nômades, mas tem uma cidade na costa norte da Anatólia. Homens vivem lá, mas são cidadãos de segunda categoria.D) Alguns ainda dizem que elas são líbias do alto Nilo, e que vestem peles de cobra.
Hospitalidade
é algo sagrado. Convidados são como irmãos mesmo se de lados
opostos, comportar-se bem é fundamental não importando os
envolvidos. Desrespeitar isto equivale ao paladino descumprindo com
as suas obrigações: um sacerdote ou oráculo vai exigir uma missão
para resolver a ofensa. Se alguém que foi o seu anfitrião em certo
momento precisar, você vai lá e recupera a armadura roubada,
entrega-lhe com honras e verás que os filhos dele prometem servi-lo
um dia em troca.
O Colapso
da Era do Bronze e a era das trevas subsequente são um evento
apocalíptico quase inacreditável mas real. Cidades-estado e reinos
caindo um a um, refugiados confusos com mil rumores e o fim de
civilizações. Irão os heróis investigar o caos e a sua origem?
Quem são os “Povos do Mar” que atacam a tudo e todos? Ou talvez
tentar manter uma ilha de sanidade em meio à loucura, tal qual uma
Camelot de bronze e bigas? Ou apenas andar por aí, oferecendo as
suas lanças em troca de ouro e favores?
2. PJs e PdMs
“Heróis” são pessoas mas extraordinárias de alguma forma, dotadas de um ou mais dons acima dos demais. Não é uma questão de bondade ou maldade, até porque em muitas questões o mais forte dita as regras. Só se lembre de que os deuses e o destino são mais fortes do que tudo o mais…
Elementos geográficos como rios; conceitos;
emoções; doenças. Quase tudo tem uma personificação
antropomórfica adorada como um deus. Você pode presenciar uma
montanha
arbitrando uma competição de canto!
Os spartoi
(não confunda com espartanos) surgiram de dentes de dragão
semeados, “completamente equipados”. Pode-se interpretar isto
como algum tipo de povo dracônico com garras e escamas, armas e
armaduras naturais. Seja qual for a sua escolha, os aristocratas de
Tebas clamavam descender deles.
Um personagem pode explicar as suas magias como
ensinamentos que ele recebeu de um dos muitos cultos
misteriosos, talvez originário de terras exóticas como o
oriente ou o Egito.
Já uma feiticeira poderia ser uma seguidora de
Hecate,
deusa da lua, magia, fantasmas e necromancia*. Ela poderia usar os
seus poderes para melhorar a sua vida em uma sociedade
onde mulheres são
praticamente propriedades
de seus pais e maridos. Isto pode gerar uma caça às bruxas.
*A necromancia original: falar com os mortos para
conhecer o futuro. O seu personagem pode ser o primeiro a usar isto
como uma forma de controlar fantasmas e mortos-vivos, criando a
“necromancia de fantasia”.
Alguns destes cultos misteriosos tinham muito a
ver com berserkers. As Mênades
de Dioniso entravam em transes de violência, esquartejando animais e
até pessoas com as próprias mãos. Ares pode adentrar o coração
de um guerreiro e o levar a uma fúria terrível, propagando a
loucura da guerra.
Azagaias e fundas são mais proeminentes do que
arcos. A primeira inclui versões flamejantes e de ferro maciço, a
segunda quebra escudos e lança tanto balas de chumbo inscritas com
maldições quanto garrafas de fogo grego.
3. LUGARES
Além dos antigos Jogos Olímpicos*, existem
diversos jogos em regiões e cidades diferentes. Estes jogos eram ao
mesmo tempo competições, assembleias políticas, festivais
religiosos e mercados. Em vez de se encontrarem na taverna, os
jogadores poderiam se encontrar nos jogos.
*O nome era porque aconteciam no santuário de
Olímpia.
Odisseu, Jasão, Teseus, até Aeneas... viagens
marítimas são comuns nos mitos, e os gregos davam muita importância
aos mares. Aventuras em ilhas desconhecidas, os perigos da vida em
alto-mar, liderar exilados e fundar uma colônia, as possibilidades
são muitas. As maiores galés gregas continham milhares de
tripulantes, podendo servir como cidades flutuantes onde os jogadores
vivem, compram e vendem.
Nômades citas. |
Segundo os gregos, o mundo ficava mais estranho
conforme alguém se afastava da Grécia:
Norte: as marés levam embora árvores inteiras, folhas servindo como velas, capazes de naufragar embarcações. Homens vestidos de lobos comem carne humana.Leste: nômades ciclopes roubam o ouro de grifos. Elefantes se tornam tão comuns que um rei pode presentear outro com quinhentos deles.Oeste: os ventos da costa ibérica engravidam éguas. O grande rio Oceanus pode não ser um rio, mas o maior dos mares.Sul: existe um reino de pessoas altas e sem pelos no corpo, com ossos borrachudos e bocas de duas línguas que podem conversar com duas pessoas ao mesmo tempo. Os nômades garamantes, atacando com as suas bigas, são, na verdade, saqueadores de um reino que de alguma forma, tem plantações no meio do deserto.
4. EQUIPAMENTO
Heróis como Aquiles e Hércules usavam bigas
como plataformas de combate e meios de transporte pelo campo de
batalha. Eram os “tanques”
da Era do Bronze, antes de alguém criar cavalos capazes de levar
alguém no dorso ou ter essa ideia. Os gregos antigos também
imaginavam bigas puxadas por grifos.
Outra opção de montaria
seriam os grifos sem asas vistos no palácio de Knossos.
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Armaduras de placas existem, mas são de bronze
(liga de estanho e cobre). Bronze de boa qualidade é melhor do que
ferro e mais fácil de forjar e consertar. Algumas
ligas podiam penetrar aço. A razão de bronze ser relativamente
raro e caro era porque veios de estanho eram raros e ficavam
distantes de veios de cobre. Em um mundo de fantasia, isto não
precisa ser o caso. Então uma Grécia Mítica poderia desdenhar, com
razão, ferro como bárbaro e inferior, enquanto bronze é o
verdadeiro metal grego e heroico. Couraças de bronze seriam mais
baratas, e até armaduras completas estariam disponíveis, como esta.
Também pode-se encontrar armaduras feitas de
ferro, chifres, couro, presas, ossos e certas fibras vegetais como
linho. Hão tantas opções quanto existem bárbaros, e apenas os
deuses sabem quantos destes vivem no mundo.
Artífices gregos existiram em lendas e na
realidade: respectivamente, Dédalos e Arquimedes. Algumas das
invenções que eles podem criar são: torres de cerco gigantes;
aríetes-perfuratrizes; autômatos como o gigante Talos ou
simplesmente mesas sobre rodas que se movem sozinhas; as primeiras
bestas, balistas e catapultas; “itens mágicos” que não são
partes de monstros ou presentes divinos.
Haviam navios em muitos tamanhos: birremes usadas
por e contra piratas; as trirremes clássicas; indo até as
gigantescas galés catamarãs, movidas por quatro mil remadores
profissionais. Estes foram reais. A fantasia abre a possibilidade de,
por exemplo, trocarmos cem remadores humanos por um casal de gigantes
com remos enormes; ou mortos-vivos que nunca se cansam e remam vinte
e quatro horas por dia.
5. BESTIÁRIO
Hidras, minotauros, quimeras etc etc, os monstros
da mitologia grega foram bem explorados. Mas ainda podemos encontrar
muitos outros esperando a sua chance. Talvez você goste de:
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Os dragões indianos são grandes serpentes de olhos brilhantes e dentes afiados que emboscam elefantes, arrancando os seus olhos antes de se enrolarem nos pescoços de suas presas e estrangulá-los. Também possuem cristas serrilhadas das quais brilha um fogo mais quente do que qualquer tocha. E talvez tenham asas.
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Os neades eram feras tão gigantescas que os seus rugidos podiam rachar a terra. Existentes em tempos primevos, os gregos só teriam encontrado fósseis colossais que talvez na verdade fossem de dinossauros.
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Os deuses tinham cavalos imortais e muito rápidos, filhos dos quatro deuses dos ventos que às vezes assumiam a forma de cavalos eles próprios. Mas alguns heróis receberam estes animais como dádivas divinas: Hércules, Aquiles, Peleus… Os cavalos do deus Ares tinham bafos de fogo.
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Argos Panoptes era um gigante dotado de cem olhos espalhados pelo corpo. Ele guardava uma ninfa transformada em uma vaca branca pela deusa Hera.
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Echidnades, por sua vez, era um gigante que tinha serpentes no lugar de pés.As drakainas eram mulheres-dragão, cada uma diferente da outra:
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A drakaina Scythia era uma bela mulher-serpente que seduziu e teve filhos com Hércules, um dos quais fundou um reino de cavaleiros nômades.
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Já a drakaina Campe era a carcereira dos cíclopes e hecatônquiros. Ela tinha cabelo "serpentino", uma cauda no lugar de pernas, cinquenta cabeças de bestas como leões e javalis em seus quadris. Mil víboras serviam de pés tal qual uma centopeia monstruosa, asas negras brotavam de seus ombros e um ferrão de escorpião ficava no topo da sua cabeça.
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Um favorito meu é Tifão, talvez a criatura mais mortal da mitologia grega. Um gigante das tempestades cuja cabeça “atingia as estrelas”, de olhos flamejantes, orelhas pontudas e uma barba imunda. Tinha duas caudas de serpente em vez de pernas, asas e cem cabeças de serpente no lugar de dedos das mãos. Mesmo preso no poço de Tártaros, causava as tempestades.
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Links úteis:
As classes de D&D5E adaptadas para a fantasia
grega:
Mazes & Minotaurs, um jogo grátis que se
passa na Grécia Mítica:
Bestiário:
Reinos da Grécia Mítica:
Povos exóticos:
Um vídeo sobre o Colapso da Era do Bronze (contém
legenda em português)
Uma reconstrução digital do palácio de Knossos:
Armas, armaduras e guerra na Grécia de 1600 a
1100 Antes de Cristo. Também contém informação sobre os “Povos
do Mar”:
Sobre os “Povos do Mar”:
Ilustrações da Era do Bronze:
Armaduras:
Elmos:
Escudos
Armas:
Equipamento da Era do Ferro:
Galeria com diversas imagens apropriadas:
Navios antigos:
Artigos sobre história antiga:
Europa Barbarorum II. Este mod para Medieval II:
Total War apresenta muita informação nos textos de suas unidades e
construções. O wiki tem bastante sobre facções e guerreiros da
Era de Ferro:
Sobre a falange:
Todas as imagens, exceto a do Gatts,
foram adquiridas no wikimedia commons.
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