sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Hamask Barbagia


 

     Hamask Barbagia é uma enorme cordilheira formada por diversas cadeias de montanhas, múltiplas fileiras de picos numerosos como um exército guarnecendo o oeste do império. Estes guardiões rochosos são flanqueados ao norte pela floresta sagrada Ka'aari, e ao sul pelos vales da Lega Groura, o império seguro em sua retaguarda. A face oeste da cordilheira é formada por encostas abruptas, prometendo riscos e desafios. Apenas criaturas ágeis como os cabritos montanheses conseguem deslocar-se nestas escarpas, onde estão seguros dos trolls locais, embora o gavião imperial ainda seja uma ameaça. Toda a região imperial de Yaros ocupa a maior parte da cordilheira.

Agricultura e pecuária na terra da neve sem fim


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/48/Black_Tacca_-_flowers_%286605518851%29.jpg/534px-Black_Tacca_-_flowers_%286605518851%29.jpg      As plantas locais só crescem no frio, nas pedras e nas alturas. Muitas são escuras, absorvendo mais luz do que vegetais verdes e exalando calor no inverno. A neve derrete rapidamente nos "bosques negros", que chegam a ser trinta graus mais quentes do que o campo aberto. Nas altitudes geladas, esses bosques servem como oásis onde alguém pode encontrar água líquida. Os anões shardokan produzem "tapetes" de líquen negro, nabos e pomares de cactos-negros. Terraplanam encostas, escavam trincheiras e erguem muros para bloquear o vento e criar bolsões onde é menos frio que os arredores: uma agricultura profundamente anã, que exige tradições de engenharia e pedras cortadas com precisão geométrica. 

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/43/A_check_list_of_mammals_of_the_North_American_continent%2C_the_West_Indies_and_the_neighboring_seas_%281905%29_%2814784519333%29.jpg/640px-A_check_list_of_mammals_of_the_North_American_continent%2C_the_West_Indies_and_the_neighboring_seas_%281905%29_%2814784519333%29.jpg
     Rebanhos de bois-almiscarados pastam líquens por todo o planalto, forncendo carne, leite, couro e cordas (apesar do nome e tamanho, são um tipo de cabra montanhesa). Um ingrediente raro e luxuoso na gastronomia local são as salamandras-de-sclav. Elas ficam ativas durante um terço do ano, se enterrando e congelando durante o restante. É possível deixar uma delas em um bloco de gelo durante anos, escavá-la e vê-la voltar à vida quando exposta ao calor.






Habitantes



     A artéria vital da região é a via Talha, mais escavada do que pavimentada ao longo da cordilheira. Começando em Feltros, segue para o leste, terminando em Tyrintha. Apesar de ser oficialmente uma estrada imperial conectando diversos cânions, vales e regiões montanhosas relativamente seguras, na prática é um sistema de escadas, teleféricos movidos por pedais, rampas e túneis expandidos e ampliados. A "estrada" segue diversas rotas diferentes por necessidade: nevascas podem obstruir este ou aquele caminho. Guias experientes sempre tentam prever onde e quando as neves cairão.

     Os Fortins Ocarinos são fortificações ao longo da Via Talha que servem como postos de guarda, estábulos de aluguel, estalagens e postos de alfândega. Cada um foi projetado de forma a canalizar os ventos e produzir uma nota musical distinta e abominável a trolls. Podem ser ouvidos a quilômetros de distância. Habitantes locais conseguem estimar distâncias apenas pelo som dos fortins. Construídos com concreto e cascalho, são decorados com afrescos metálicos que exigem pincéis de adamante para pintar diversos metais derretidos no cimento mole. Essa arte une pintura e forja para criar murais extremamente duradouros. Cada fortim mantém registros de viajantes e caravanas em pergaminhos feitos de pele de troll e escritos com sangue dos mesmos, criando registros resistentes ao tempo e danos. As guarnições locais são reconhecíveis pelo uso de lemos carrancudos baseados nas caras de trolls.

     A vastidão das montanhas esconde dezenas de milhares de geleiras. A maioria delas hospedam pequenas aldeias shardokan, os anões que suportam grandes altitudes e frio. Destas, a maior e mais conhecida é Sclaveni. Um grupo de aldeias se organiza em um misto de guilda e cooperativa municipal centrada em pequenos fortes chamados "ostrogs". O império sabe a localização dos ostrogs, mas as demais comunidades são muito remotas e quase nunca mapeadas. As atividades econômicas destas cooperativas costumam ser mineração (metais, pedra, gemas), extração de gelo e gelo eterno, produção de conservas, caça, criação de bois almiscarados e comércio de peles como castores, coelhos, raposas, trolls e ursos.

Perigos e Oportunidades

 

     Mesmo os shardokan não exploraram a maioria das montanhas. Ravinas intransponíveis, elevações muito íngremes e infestações de trolls são perigos comuns. Para cada montanha conhecida, hão outras nove esperando que alguém corajoso as descubra e lhes dê um nome. Perigos locais são enfatizados pelo império para atrair aventureiros que resolvam estes entraves à colonização nortenha. Alguns deles são:
  • Troldworgs são um culto bárbaro que bebe sangue de troll fermentado para enfurecer com a dor que isso provoca. São na maioria anões como Trow Polevik, cujo bigode, barba e pelo do peito formam uma única massa peluda coberta de piche, tão longa que ele usa como roupa. Os pelos ficam manchados de musgo, como se o troll estivesse tomando conta do corpo. Os casos mais graves ficam com os pelos grossos e duros como gavinhas.
  • Os hamrammr são tribos humanas nômades propensas a escaramuças e saques, embora algumas mantenham boas relações e comércio com os shardokan e colônias nortenhas. Muitos deles fazem rituais e sacrifícios para menires chamados "landdir", que acreditam serem as unhas de Aglaeca Bewulfa, uma mulher-dragão de lendas locais. As mesmas dizem que destas unhas um dia nascerão inúmeras criaturas quiméricas que protegerão os seguidores de Bewulfa. Alguns colonos nortenhos também acreditam nas lendas, buscando e destruindo os menires.
  • Peltastos são uma tribo que clama ser um remanescente legítimo do Império Amaranto, e que lutam contra o Império do Norte contra sua ousadia em clamar descendência de seus ancestrais. Mestre em emboscadas, não usam armaduras, mas tatuam desenhos de armaduras amarantas em seus corpos, dizendo que seus ancestrais os protegem desta forma. Em batalha, gritam versos sobre uma profecia em que surgirá um verdadeiro amaranto para guiá-los. Sabe-se que atacam em grupos de dezesseis, comandados por "louchos", e seguem alguém chamado Cheilliarcos, pelo qual se oferece uma recompensa. Eles sempre carregam escudos-torre, não para se defender, mas para deslizar por encostas, atirando azagaias durante a descida. As avalanches ocasionais causadas por esta prática são valorizadas pelos Peltastos como "favores das montanhas".
  • Os trogots são anões tribais que, como tantas outras tribos bárbaras nas fronteiras nortenhas, aceita o império e Diveus como seu patrono, prestando tributo e tropas em troca de proteção e representação política Sarba afora. A tribo toda se concentra em alguns vales montanheses ao sudeste de Ka'aari, habitando casas de madeira e pastoreando renas. Eles pintam os rostos, barbas e cabelos com diversos pigmentos que mineram das montanhas ou extraem de plantas locais. Isto é por causa de sua crença em cores presentes na natureza serem a maior dádiva de Corallin. Exportam inúmeros pigmentos mundanos e exóticos, como tintas que mudam de cor em certas condições ou corantes alquímicos que escurecem conforme a quantidade de magia nos objetos em que são aplicados. Parte da sua dieta é baseada nas tempestades de pólen de Ka'aari, que coletam e usam para fazer pães e tortas. A única cidade que existe em suas terras, Cailleach, é um baronato imperial dedicado a mante-los sob autoridade imperial e receber tributos de pigmentos, peles e os llamuqa, gemas medicinais que os trogot dizem obter de Tmolos, a montanha sagrada que lhes ensinou sobre Corallin através de canções.
  • Monastério shardokan.
  • Alguns clãs shardokan acreditam em vales escondidos chamados "bevuls", lugares parasidíacos com centenas de quilômetros quadrados onde ninguém envelhece. Apenas aqueles que passaram por grandes dificuldades na vida teriam o direito de descobrir um destes vales. Cada um dos mesmos seria guardado por espíritos que assumem a forma de névoas, nevascas ou leões montanheses. Certas cavernas e monastérios teriam mapas que indicam a localização dos vales. As bocas alheias dizem que, caso o mundo sofra um apocalipse, apenas os habitantes desses lugares sobreviveriam.
  • A lenda sobre Vyalyy, "a montanha torta", serve como aviso contra as piores ambições anãs. Ele fala de um reino escavado montanha adentro, seguindo veios valiosos a ponto de negligenciar pilares e suportes, e deixando de bombear infiltrações de água. Em certo ponto, a montanha teria sofrido um colapso parcial, adquirindo uma leve curva para oeste. Mas no seu interior uma catástofre de desabamentos sucessivos teria deixado milhares de anões presos, morrendo sufocados por falta de ar ou inundações. De fato existe uma montanha torta a meio caminho entre Feltros e Sclaveni. Ela possui cavernas formadas por água, e dizem que o vento provoca chiados espectrais em algumas delas, mas se houve um reino anão ali, não aparece em nenhum registro local. O que para alguns bêbados tarde da noite significa que o reino foi apagado dos registros por vergonha, ou que a razão do colapso não teria sido os anões.

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