
Originalmente era um castelo particular de um senador do ducado de
Samita, onde ele ficava durante suas estadas na capital. Após participar
da rebelião de 1401, o ducado foi desfeito e dividido entre ducados
vizinhos leais. O castelo ficou abandonado, e quando parte da população
foi transferida para as ilhas devido às obras de defesa, ocupado por
goblins. Autodenominados Gangue da Tia Charca, fizeram fama e
fortuna reciclando o lixo dos outros. Na praia oposta, desmontam navios
velhos, revendendo lemes, pregos, mastros, etc. Pagam para coletar
dejetos domésticos, usando-os em compostagem e curtição de couro.
Realizam patrulhas subterrâneas, inclusive a serviço da cidade,
investigando sinais de monstros e passagem de contrabando enquanto
coletam o que acharem de valioso, de botões a anéis perdidos. Como
goblins, favorecem escambo em vez de moedas, mas é certo que caso o
volume de objetos acumulados fosse convertido em dinheiro, fariam parte
da elite local. Refeito por goblins, o cortiço consiste em um emaranhado
de ruelas estreitas e curvas que já acomoda quase dois mil moradores,
segundo algumas estimativas.
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Embora as chances de encontrar
algo de valor sejam mínimas, a quantidade de goblins procurando,
investigando, garante que eles sempre tenham algo a oferecer, sejam
objetos perdidos, pistas ou informações.
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Equipes
trabalham dia e noite desmontando carcaças de madeira em frente às
muralhas fluviais. Dois cascos foram convertidos em uma maneira de
reaver naufrágios, em troca de uma porcentagem da carga recuperada. Isso
inclui até canhões, recondicionados e vendidos. O sucesso faz Tia
Charca planejar em expandir suas operações.
A gangue inclusive fundou a primeira confraria do saber composta
apenas por goblins, especializada em descobrir coisas úteis onde outros
só veêm porcarias: urina, panelas enferrujadas, pergaminhos molhados,
tudo era submetido a testes alquímicos. Para isso reformaram um galpão
em um misto de oficina e laboratório cercado de pilhas de lixo,
barulhento e um odor de ovos podres tão onipresente que deveria pagar
aluguel. A cidade inteira esperava que um incêndio ou explosão
destruísse o lugar. O que de fato aconteceu. Três vezes.
Contudo,
cada vez o salão foi reconstruído, maior e mais resistente, até ser
praticamente uma fortaleza bem guardada. Pois os goblins da Tia
descobriram como fazer salitre - essencial para fabricar pólvora e
preservar carne - dos rejeitos que coletam e armazenam nos campos de
compostagem a uma hora de caminhada de Noster, e estão enriquecendo com
este segredo. O que antes era razão para piada agora é um alvo de
espiões e bandidos servindo clãs anões e guildas tão distantes quanto os
armeiros de Silvoburgo.
Até agora, todos falharam porque a
gangue da Titia efetivamente inclui ou conhece todos os goblins da
cidade, que a respeitam (ou temem) o suficiente para evitar ajudar
alguém a entrar em um enclave exclusivamente goblin.
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