sábado, 24 de março de 2018

Cortiço de Pedra

     Originalmente era um castelo particular de um senador do ducado de Samita, onde ele ficava durante suas estadas na capital. Após participar da rebelião de 1401, o ducado foi desfeito e dividido entre ducados vizinhos leais. O castelo ficou abandonado, e quando parte da população foi transferida para as ilhas devido às obras de defesa, ocupado por goblins. Autodenominados Gangue da Tia Charca, fizeram fama e fortuna reciclando o lixo dos outros. Na praia oposta, desmontam navios velhos, revendendo lemes, pregos, mastros, etc. Pagam para coletar dejetos domésticos, usando-os em compostagem e curtição de couro. Realizam patrulhas subterrâneas, inclusive a serviço da cidade, investigando sinais de monstros e passagem de contrabando enquanto coletam o que acharem de valioso, de botões a anéis perdidos. Como goblins, favorecem escambo em vez de moedas, mas é certo que caso o volume de objetos acumulados fosse convertido em dinheiro, fariam parte da elite local. Refeito por goblins, o cortiço consiste em um emaranhado de ruelas estreitas e curvas que já acomoda quase dois mil moradores, segundo algumas estimativas.


Taliok Manto Negro by BrunoKopte
Embora as chances de encontrar algo de valor sejam mínimas, a quantidade de goblins procurando, investigando, garante que eles sempre tenham algo a oferecer, sejam objetos perdidos, pistas ou informações.
17th Century Salvaging3 by BrunoKopteI217i by BrunoKopte17th Century Salvaging2 by BrunoKopte
Equipes trabalham dia e noite desmontando carcaças de madeira em frente às muralhas fluviais. Dois cascos foram convertidos em uma maneira de reaver naufrágios, em troca de uma porcentagem da carga recuperada. Isso inclui até canhões, recondicionados e vendidos. O sucesso faz Tia Charca planejar em expandir suas operações.
     A gangue inclusive fundou a primeira confraria do saber composta apenas por goblins, especializada em descobrir coisas úteis onde outros só veêm porcarias: urina, panelas enferrujadas, pergaminhos molhados, tudo era submetido a testes alquímicos. Para isso reformaram um galpão em um misto de oficina e laboratório cercado de pilhas de lixo, barulhento e um odor de ovos podres tão onipresente que deveria pagar aluguel. A cidade inteira esperava que um incêndio ou explosão destruísse o lugar. O que de fato aconteceu. Três vezes.

     Contudo, cada vez o salão foi reconstruído, maior e mais resistente, até ser praticamente uma fortaleza bem guardada. Pois os goblins da Tia descobriram como fazer salitre - essencial para fabricar pólvora e preservar carne - dos rejeitos que coletam e armazenam nos campos de compostagem a uma hora de caminhada de Noster, e estão enriquecendo com este segredo. O que antes era razão para piada agora é um alvo de espiões e bandidos servindo clãs anões e guildas tão distantes quanto os armeiros de Silvoburgo.

     Até agora, todos falharam porque a gangue da Titia efetivamente inclui ou conhece todos os goblins da cidade, que a respeitam (ou temem) o suficiente para evitar ajudar alguém a entrar em um enclave exclusivamente goblin.

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