
Considere uma ostra gigante e imagine que ela têm um orgão elétrico similar a uma enguia. Esse orgão é ligado a uma bobina feita de material ferromagnético como ferro ou magnetita. Isso produz um campo magnético. Uma ostra comum filtra a água marinha para comer. Esta também usa o seu orgão magnético para filtrar metais da água ao mesmo tempo. A concentração de ferro na água do mar é tal que cinquenta mil metros cúbicos nos dão um quilo. Em um mês, uma ostra gera uma "pérola metálica" de ferro revestido com níquel e/ou cobalto (que também são magnéticos) para resistir à corrosão.
O mesmo tipo de domesticação e criação que deu a humanos milho, cavalos e cães pode ser usado aqui para criar ostras que produzem pérolas metálicas na forma de lâminas ou placas para armaduras. Considere como pérolas comuns vem em muitas formas e cores. Também imagino que ostras menores possam servir como bainhas ou empunhaduras das lâminas, restaurando rachaduras e mantendo o fio das armas.
Ostras são uma escolha arbitrária. O organismo escolhido pode ser uma arraia, algumas das quais possuem orgãos elétricos e também filtram água marinha para respirar ou comer. Nesse caso, o animal pode ter evoluído ferrões metálicos e escamas placoides para autodefesa ou até predação. Para tornar tudo mais dramático, torne estas criaturas e o seu equipamento natural grandes. Elas viram feras invencíveis para serem derrotadas por glória e metais.

Moinhos podem gerar energia a partir de correntes marítimas ou fontes hidrotermais. As construções pareceriam frágeis, mas isto é porque a sua arquitetura se baseia na água ao redor suportando parte do peso, assim como acontece com baleias. De qualquer maneira, é sempre útil libertar pessoas do trabalho manual pois assim conseguimos os artesãos e filósofos da nossa civilização submarina.
A riqueza de substâncias no oceano poderia ser a base da alquimia e química, provendo remédios, pigmentos e o mesmo tipo de concreto que endurece embaixo d'água usado pelos romanos. Tudo começa quando o equivalente marinho de Aristóteles propõe que os elementos fundamentais são água, ar, terra e magnetismo, e que esses são combinados e recombinados para formar tudo o que existe.

Na falta de combustão para gerar luz, essa civilização poderia domesticar organismos bioluminescentes como lulas e corais. Imagine só, um bárbaro com guelras e o seu valioso companheiro, uma lula-lamparina, descendo até as profundezas abissais onde ficam os cemitérios valiosos das grandes bestas-ferrosas...
O objetivo final é misturar alquimia/química e ostras/arraias para produzir uma célula eletroquímica primitiva. Aí pode-se separar a água do mar em oxigênio e hidrogênio, inventar o Processo Hall-Héroult e a soldagem oxiacetilênica. Se a civilização chegar aí, deve ser capaz de fazer tudo o que humanos já fizeram e até farão. A nossa civilização submarina pode até descobrir como o seu mundo é uma pérola minúscula em um mar abissal além das suas mitologias mais fantásticas.
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