A capital nortenha abriga dezenas de quadrilhas, como os Coveiros
da Meia-noite, Minotauros, Raparigos Mortos, Mãos-bobas, os Mil
Goblins, Coteréis, grupos de capangas desta ou aquela guilda e a
Turma da Avenida Oeste, para citar algumas. Muitas gangues vem e vão,
durando pouco. As gangues maiores já existem há diversas décadas
ou até gerações, cada uma se especializando em uma atividade
criminosa, um acordo informal que mantém uma certa paz. As grandes
organizações criminosas são:
1) Assoviadores: a maioria dos membros são elfos e hobgoblins,
raças mais aptas com arco e flecha, mas qualquer um que demonstrar
habilidade suficiente é aceito. O nome da quadrilha vem das flechas
especiais que usam. Esses projéteis causam assovios agudos ao serem
disparados. Se alguém escuta tal som, já sabe a mensagem: “você
está cercado, renda-se ou morra cravado de flechas.” Assoviadores
montam emboscadas ardilosas, sendo capazes de surpreender os seus
alvos na estrada, mas também dentro da capital e, certa vez, no
banheiro da própria casa! Eles se dedicam a sequestrar pessoas e
exigir fortunas em resgates. Sabe-se que os Assoviadores estão
infiltrados na nobreza nortenha, pesquisando quem está disposto a
pagar resgates por familiares e quanto dinheiro eles tem. Muitos
supostos servos leais e escravos de confiança secretamente
transmitem essas informações aos Assoviadores. Essa quadrilha
recebe atenção especial do império devido à insistência e
influência política de suas vítimas. Investigadores e aventureiros
sancionados frequentemente se veem forçados a ir atrás dos
Assoviadores, sendo duramente punidos se falharem em prender alguém.
2) Os Bagaudaus começaram como uma pequena tribo goblinóide que
migrou até a capital após a Guerra das Revanches. Sendo
estrangeiros sem contatos, foram incapazes de conseguir trabalhos que
não ofendessem a honra tribal. Restou se tornarem assassinos para
outras organizações, algo que não atinge a honra deles. Também
atuam como caçadores de recompensas legítimos, ao lado da lei, ao
mesmo tempo que recrutam novos membros ao abrigar escravos
goblinoides fugitivos. Todo mundo sabe que hobgoblins são
excelentes ao lidar com animais. Os Bagaudaus adaptaram isso ao mundo
urbano, recrutando cachorros para ajudá-los a caçar os seus alvos,
assim como corvos e ratos que entregam mensagens. A gangue inclui um
pequeno número de xamãs especializados em maldições: você pode
pagar para que um ou mais de seus inimigos sejam amaldiçoados. Como
parte dos acordos com as demais gangues desta lista, os Bagudaus
seguem as seguintes regras quando aceitam um contrato sobre
criminosos: a) Você está seguro dentro das muralhas. Lá fora não.
b) Se você não quer ser caçado fora das muralhas, tem que pagar o
dobro da recompensa prometida pelas autoridades. c) Membros de
gangues menores são alvos, dentro e fora das muralhas.
3) Irmandade de Sushai: eles acreditam em um deus diferente do
panteão, cujos nome e detalhes são mantidos sob segredo. Esse culto
secreto foi declarado ilegal e caçado pela ex-imperatriz Lua-Norte, mas
continua e até cresce nos dias atuais. Eles são especialistas em
falsificar moedas, documentos, jóias, poções e cartas de crédito.
As autoridades municipais acreditam que certos burgueses e
comerciantes em Noster Amaranthi usam identidades e fortunas falsas,
fornecidos pela Irmandade em troca de ajuda à sua causa religiosa.
Não se sabe de onde vem os metais preciosos que eles usam para
cunhar as suas moedas. Suspeita-se que existem anéis magnetizados
que alteram indicadores de balanças, assim como balanças contendo
mercúrio em uso por alguns mercantes lidando com ouro e prata. Não
se sabe qual é a origem e há quanto tempo o culto existe. As
autoridades municipais já requisitaram o uso de um adivinho
imperial, mas até agora não foram atendidos.
4) Os Escarificados lidam com prostituição, extorsão, tráfico
ilegal de escravos e empréstimos. Embora todos esses sejam crimes
lucrativos, o objetivo final é tornar uma pessoa tão endividada a
eles que a única opção restante seja vender a própria alma ao
Lorde Diabo que realmente comanda a gangue. Quando isso é feito, a
única maneira de recuperar a própria alma é se tornar um dos
Escarificados, e ainda assim as chances são minímas. A razão deles
terem esse nome é porque os membros exibem muitas cicatrizes na
forma de palavras e frases. As bocas alheias dizem que a razão disso
é que essa é a maneira com que eles falam com o diabo que os
lidera, assim como invocar os poderes do mesmo. Escarificados gostam
de lutar e sangrar no processo, pois assim chamam a atenção de seu
líder e adquirem poderes diabólicos.
5) A verdadeira identidade do Intermediário é desconhecida.
Algumas pessoas não acreditam que ele exista, outras desconfiam que
na verdade são várias pessoas se passando por uma só; existe até quem diga que se trata de um capelobo obtendo informações de cérebros devorados. Seja como
for, o negócio dele são informações e segredos. Dono de uma rede
de centenas ou milhares de informantes e espiões, o que o
Intermediário já não sabe, ele descobre. O Intermediário
raramente pede dinheiro pelas informações que ele possui. O normal
é que exija favores em troca, geralmente na forma de novas
informações. Muitos agentes do Intermediário começaram a servi-lo
dessa maneira. Poucos sabem disto, mas ditos agentes se comunicam
através de um sistema de grafites codificados e pequenos dicionários
que traduzem as pichações.
6) Os Sabiás começaram como uma turma de jovens dedicados a
proteger a sua vizinhança das gangues que assolam as regiões mais
pobres da capital. Após estabelecer um território, eles decidiram
atacar o que eles consideram injustiças, roubando quem tem dinheiro,
sejam nobres, comerciantes ou aventureiros, e dando parte do que
conseguem para os pobres e escravos. Graças a isso, são vistos como
heróis por dezenas de milhares de pessoas por toda a capital. Ao
contrário de outras gangues, não possuem um líder absoluto, mas
recebem ordens de um conselho de anciões, os Pirangas. As
autoridades não os perseguem com muito afinco, pois eles nunca matam
ninguém. Mesmo quando roubam, levam apenas uma parte das posses do
alvo.
7) Sanu Shaiban: um termo que significa "filhos de Shaiban".
Shaiban é um semilendário rei dos mendigos, pedintes, ladrões e
artistas de rua da capital. Shaiban teria vindo de Khejal, mas esse
nome aparece em registros de dois séculos atrás, sugerindo que
existiram diversas pessoas chamadas “Shaiban” ou que ele é de
uma raça longeva, talvez um elfo nabâtu. As bocas alheias dizem que
Shaiban governa milhares de pessoas nos subterrâneos da capital e
que eles conhecem os túneis melhor do que qualquer outro grupo.
Quase todo o contrabando que entra e sai de Noster Amaranthi é feito
através dos túneis mapeados pelos Sanu Shaiban. O que você
precisar, eles conseguem mais barato do que os preços das guildas.
Pelo preço certo, eles também podem esconder alguém lá embaixo.
Ordo Vigiles
Para encarar tantas ameaças à lei e à ordem, Noster Amaranthi
criou uma fraternidade sagrada inédita, Ordo Vigiles. A maioria dos
recrutas são fiéis e sacerdotes de Dhalila, deusa do sacrifício, que entendem o seu
serviço à comunidade como um sacrifício sem fim. Criminosos
reformados também integram a fraternidade, embora eles e os fiéis
tenham dificuldades em se entender. Os questores se tornaram parte
desta organização. A missão dos vigilantes é manter a lei e a ordem, investigar e
prevenir crimes não importando o status da vítima, combater
incêndios e resolver revoltas dentro da capital. Os diversos templos
de Dhalila em Noster foram reformados para servirem de quartéis.
O equipamento dos vigilantes inclui machados, picaretas, lanças,
espadas, clavas, cordas, ganchos, baldes, armaduras de couro tratadas
contra o calor ou couraças de ferro, bombas manuais, sifões puxados
por cavalos, balistas para demolir casas em chamas e conter o fogo,
mapas urbanos meticulosos, suporte médico e piromântico. Eles
também usam foles de ferreiro cheios de sal e pimenta para
incapacitar pessoas sem matá-las. Mas o item que mais valorizam é o
sino de prata, que serve para sinalizar que tudo está em paz e de
distintivo.
A capital Noster Amaranthi conta com muitas milícias para
defender a cidade em caso de ataque externo. Os vigilantes têm o
direito de comandar tais milícias caso precisem de força extra. Em
casos extremos, eles podem até decretar a alforria de escravos
públicos, desde que estes ajudem a estabelecer a lei e a ordem.
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