terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Omphalos, santuário sagrado de Ourgos, deus do trabalho


     Para alguns, se aproximarem do santuário máximo de Ourgos significa visualizar a maior bigorna que já viram, um enorme bloco de metal onde se fabricam maravilhas. Para outros, a forma lembra uma cabeça de martelo, capaz de fraturar montanhas. Não estão errados, mas ignoram a verdadeira natureza do Pináculo. Seu topo fortificado, no alto de uma colina é tão resistente que pode realmente ser usado para forjar espadas titânicas, e caso manejado quebrar as mesmas. Mas o Pináculo Omphalos é, primeira e principalmente, um prego. Assim como o culto de Ourgos forja pregos abençoados, capazes de fortalecer aquilo em que são usados, de rodas a galeões, o santuário, fincado na terra nortenha, fortalece o próprio império do norte, apaziguando os piores terremotos. Assim como uma carroça com pregos fortes aguenta caminhos rústicos, o império, ao receber esta estaca maciça, este obelisco invertido, torna-se capaz de resistir à deterioração trazida pelo tempo e a fúria geológica de Corallin. Ao redor do Pináculo, surgiu uma cidade, lar de inúmeros artesãos e guildas que desejam mostrar a Ourgos do que são capazes.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f8/1415_-_Archaeological_Museum%2C_Athens_-_Bronze_portrait_-_Photo_by_Giovanni_Dall%27Orto%2C_Nov_11_2009.jpg/299px-1415_-_Archaeological_Museum%2C_Athens_-_Bronze_portrait_-_Photo_by_Giovanni_Dall%27Orto%2C_Nov_11_2009.jpg
     Estátuas-autômatos ensinam sobre quem eles representam. Incluem todos os imperadores que o império do norte já teve. Por exemplo, a estátua de Phillipos, o Cavaleiro, feita de ferraduras derretidas, ensina sobre como e porque ele criou as legiões imperiais.

     As maiores esculturas são ocas, abrigando famílias inteiras em seu interior. Cada uma pertence à linhagem de cuidadores da respectiva estátua, consertando, polindo e aperfeiçoando com o passar das gerações.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/ce/Mendel_I_144_v.jpg/173px-Mendel_I_144_v.jpg    A ciade possui guildas de cada arte e profissão existente: vidraceiros, pintores,  armeiros e armadureiros, faroleiros etc, todos competindo entre si para impressionar Ourgos. A guilda dos costureiros é toda feita de tecidos e panos tão bons e fortes quanto tijolos e madeira; a guilda dos construtores de navios é uma enorme galé em uma piscina; os oleiros fizeram a sua a partir de um único tijolo de porcelana, imenso e oco. A guilda dos sacerdotes também serve como templo para o panteão nortenho. Cada guilda possui um representante no conselho municipal que administra a cidade.

     Também há um asilo para acomodar aqueles que trabalham demais, a ponto de sofrer estresses e ferimentos irrecuperáveis. Todo ano, alguns são selecionados para receber magias de cura suficientemente poderosas dos maiores clérigos do deus do trabalho.

O Planetário Za'irajah é um engenho desenvolvido por um time de astrólogos khejali e artesãos abalmianos. O seu propósito é desenvolver novas ideias e prever acontecimentos. O planetário ocupa um prédio inteiro. O interior abriga um modelo mecânico do sol, planetas e luas, conectados a um sistema de complexo, onde cada engrenagem é inscrita com letras, números e símbolos mágicos. A máquina funciona assim: uma questão é inserida, gerando um funcionamento específico que produz uma fórmula. Esta é então decodificada e interpretada pelos astrólogos em uma resposta. A invenção está sendo calibrada através de perguntas para as quais já se sabe uma resposta. Quando o time achar apropriado, eles irão propor novas perguntas. Os envolvidos acreditam que esta engenhoca pode até funcionar como um prognosticador artificial, superior aos adivinhos usados pela burocracia nortenha.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cc/Savery-engine.jpg    Quase todas as construções possuem encanamentos internos de chumbo conectadas a esgotos excelentes. Não há cidade mais limpa e cheirosa, em parte graças aos escravos públicos faxineiros e à guilda de fazedores de sabonete e perfumes.

    Alguns artesãos locais se dedicam a reproduzir os motores a vapor scarnostianos. Vários já foram fabricados, mas as suas performances ainda deixam muito a desejar. Ainda assim, são usados em diversas aplicações pela cidade, substituindo moinhos e movendo carroças.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/b/b8/Computer_graphic_for_front_of_Antikythera_mechanism.jpg    Uma colina de engrenagens de bronze e mecanismos complexos, dotada de instrumentos musicais que reproduzem vozes e braços mecânicos que realizam gestos somáticos, é um motor pensante capaz de conjurar várias magias simultaneamente. Chamado Antikythera, é um dos clérigos mais respeitados do culto de Ourgos. Múltiplos olhos telescópicos permitem que leia diversas obras e acompanhe o trabalho de muitos artesãos ao mesmo tempo. Assim, acumula mais e mais conhecimento e habilidade sobre todas as artes, que usa para se ampliar e aperfeiçoar. O seu objetivo atual é adquirir o sentido da audição.

     Um lugar tão magnífico precisa de protetores. Hão anões escudeiros armados com calímeras e lanças; acólitos-em-armas providenciam ajuda sagrada; algumas das estátuas e carrancas estão prontas para defender o seu lar. Mas o maior santuário de Ourgos exige algo maior: Golemarca. Magnânimo entre os golens criados por pelo próprio Ourgos. Moldado na forma de um grande anão,  esqueleto de adamante, cada músculo moldado em ferro, pele de prata e bronze, olhos de diamante e esmeralda. A planície ao redor de Omphalos é completamente pavimentada, com dezenas de obeliscos. Alguns brilham; outros foram feitos a partir de geodos gigantes; vários foram forjados em bronze ou aço; duas ou três já foram aríetes. Todos são clavas que Golemarca pode empunhar contra intrusos, cada uma com encantamentos apropriados para situações e monstros específicos. Além disto, a sua "barba" é feita de centenas de correntes espinhentas que chegam-lhe aos calcanhares, tornando um mero balançar de cabeça letal. Não bastasse, o golem pode emitir um rangido estridente tão desagradável aos ouvidos quanto lascas de ferro quente.

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