domingo, 22 de outubro de 2017

Praetus

     Uma das contradições que definem Grória são as duas facções políticas: os civitas representam o grouro tradicional com que os nortenhos estão acostumados. Já os pretorianos são como um reflexo distorcido: barulhentos, agressivos e seguidores dos mistérios pretorianos, um misto de culto religioso secreto e sociedade guerreira exclusiva. Eles adoram Idura como um deus e o maior dos Ancestrais, um conjunto de espíritos que também representa a terra groura. Os sacerdotes do culto, chamados Antica Praetus, vivem isolados em Termessos, a cidadela montanhesa pretoriana.

     Em combate, são uma contraparte selvagem do estilo grouro tradicional: avançam com rapidez ao invés de defender; respondem a ferimentos com gritaria ao invés da determinação estóica; mordem escudos no lugar de usá-los para defender o soldado à esquerda; fúria individual em vez da disciplina da falange; lutam para matar os inimigos enquanto um grouro honrado luta para defender Grória. Os pretorianos clamam que a sua fúria não é uma perda de controle, mas eles estão cedendo ao controle de outros: os ancestrais que vivem no sangue de todo grouro, na terra em que vivem. É fato comum em Grória eles próprios se cortam para ganhar mais poder de luta.

     O equipamento pretoriano foi adotado das tribos bárbaras locais, quase extintas durante a colonização groura. É feito tanto para combate quanto para escalar: o machado epsílon tem uma lâmina em um lado e espigão no outro; os punhais são praticamente estacas com empunhaduras; as sandálias tem sola espinhenta para subir rocha e eliminar inimigos caídos; cordas são mais importantes do que armaduras, que se resumem a uma coracina de bronze que também serve de tijela. Os elmos pretorianos tem a crista groura, mas também incluem rabos de cavalo e um ou dois pares de chifres.


     Essa indisciplina se reflete até nas suas reuniões: assim como em Grória, refeições são coletivas. Mas enquanto um refeitório grouro é uma oportunidade para discussão política e negociação, anticanos consomem mais e mais bebida, só parando quando a inevitável briga acontecer. As mesmas podem acabar com risos, ou o coração de alguém trespassado por uma azagaia.

     Grouros tradicionais reverenciam o leão montanhês como um símbolo de Idura, evitando ferí-lo mesmo quando ataca rebanhos. Já os pretorianos caçam esses animais, usando a pele e juba como adorno.

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